domingo, 16 de outubro de 2011

correu, correu.


- ‘Bom Dia, Bom Dia!’ (com os olhos cansados e aquele sorriso largo estampado)

Sempre achei bonitinha sua mania de repetição, desde o ‘sim, sim’ ao ‘oi, oi’, me lembrava algo infantil, como aquelas crianças que fazem a mesma pergunta centenas de vezes e você não se importa de responder, simplesmente porque o encanto por aquele ser pequeno que está à sua frente é muito maior do que qualquer falta de tempo do dia a dia.

- ‘Não Mais, Não Mais!’ (com o pensamento longe e olhos marejados)

Considerava os seus relacionamentos os mais conturbados possíveis. Amou como um relâmpago, dividindo todo um céu, toda uma vida ao meio, caiu, chorou, não quis mais. Correu, correu, dançou, beijou, transou, brincou e até partiu alguns corações por aí. Apaixonou-se, oi? Sim! Tentou correr, mas não tinha para onde, deixou-se amar, tentou, tentou, não deu, fez alguém chorar. Viveu, viveu, carimbou camas, um ser faminto, ditava regras e não seguia nenhuma sequer, sorriu vazio, cansou das festas, ao acaso encontrou. Encantou-se, desanimou, manteve certo interesse, voltou, apaixonou-se e amou, amou pouco, terminou, amou muito, chorou, chorou, até tentou, emagreceu e ultrapassou todas as regras internas, acreditou em algo maior, perdeu, falhou. Viu-se no espelho, sorriu, não quis chorar, ‘não mais’, quer amar, amar com todas as conseqüências que possam vir. Considerava justa toda forma de amor.

-‘Acordou.’

2 comentários:

ao sair, apague as luzes.