domingo, 27 de abril de 2014

indigesto.


Amores indigestos, falas mal sucedidas, frases recém acabadas. Cortar o fio que te prende ao passado, apertar o sinal e descer na próxima estação, abrir as velas e deixar o vento soprar, o céu desaguar, o coração suspirar, respirar fundo e suavizar. Não esperarei um amor para daqui a dez anos , nem que esse fosse o último que eu pudesse alcançar e talvez até seja, já não importa. Não vou aceitar um amor que não completa, não preenche, não mata e revive, não explode em fogos de artíficio iluminando céus escuros, eu sei que são boas as intenções e também sei e sinto sua sinceridade infinita, e apesar de tudo sinto em lhe dizer que não somos compatíveis, dois mundos se chocando com com igual intensidade, eu tentei, juro que sim, mas existe um buraco negro entre nós que acabará nos engolindo, faça sua parte e desvie o caminho, poderemos seguir intáctos e continuar habitáveis, ainda há tempo.
Olho pra trás e lá está você, fumando um cigarro com aqueles olhos, olhos inatingíveis, olhos que tanto me enlouqueceram, você sabe que não pode mais me atingir, você sabe que o caminho é sem volta, doeu muito cortar o fio, como rasgar a carne e deixar sangrar sem ninguém pra estancar, você não me viu chorar, você não viu as lutas que ganhei, nunca te vi na hora dos abraços, seguir não é mais questão de escolha, é sobrevivência. Você que no meu hoje tenta não dizer adeus, você não me conhece, você não sabe que mil batalhas eu travei, você não vê que esse coração não bate mais?

domingo, 15 de setembro de 2013

simples.

Que o tempo voe  
Que os olhos não se percam
Que o gesto nunca falte
Que o sorriso nunca acabe
Que os braços não se esqueçam
Que o mundo gire e nós também
Que lugares sejam vistos
Que pessoas sejam sentidas
Que o medo seja pouco
Que o desejo seja grande
Que o sentimento não acabe
Que apesar dos pesares
todo o resto e sua infinitude
nunca nos falte nós
que eu seja seu
que você seja meu.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Ai que alvoroço! O encanto se partiu em mil pedacinhos de desgosto.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

sementé.

Estou no caminho certo, é eu sei, mas será que um caminho sem você pode ser tão certo assim meu bem? Provei para mim mesmo que seria forte, que não lhe causaria mais dores e incertezas, mas no entanto, lhe dei um ponto final, uma dor surda e uma dose quase letal, eu sei, mas eu também sabia que se você sobrevivesse a ela, você se tornaria alguém muito mais forte do que eu já consegui ser, você sobreviveu e eu te acompanho aqui de longe, longe dos seus olhos, porém perto do seu coração, eu nunca te deixei só, antes que isso pudesse acontecer eu me certifiquei de que você teria inúmeros sorrisos e abraços te rodeando, porque você brilha e todos nós buscamos luz de alguma forma. Eu não tenho o mesmo brilho que você, nunca tive e tenho minhas dúvidas se um dia chegarei a ter, na minha jornada ando só, acho que já me acostumei a ser assim e tenho certa dificuldade em entender a vontade de algumas pessoas em andar ao meu lado vez ou outra, mas quero que saiba, que você foi a minha melhor companhia, meu pai, meu filho, meu irmão, meu amor, meu. Que os verões vão passar eu sei, sei também que as folhas vão cair, árvores vão florescer e você não estará aqui para ganhar uma flor lilás acompanhado de um Bom Dia, sim os dias passarão e eu não te darei abraços de parabéns toda vez que você passar em alguma matéria da faculdade, não ficarei horas escutando você reclamar de algum professor chato ou até mesmo do seu carro que está com algum problema, tudo isso que é pequeno e tão grande ao mesmo tempo quando se torna inexistente, eu sei. Amar também é abrir mão, não é covardia alguma deixar alguém seguir sem você se assim há maior possibilidade de ambos alcançarem momentos mais felizes, pelo contrário, tem que ter muita coragem para abrir mão do que te faz bem e te acalma a alma. O caminho é longo, mas sei que ele faz curvas e de qualquer forma, abraços sinceros nunca serão desperdiçados. Nunca!

sábado, 7 de julho de 2012

estupidez.

Entre algumas perspectivas diárias sempre cedo a essa paranoia recorrente, onde existe um Eu que não se conforma com os fatos que se sucedem a cada escolha incoerente que deságua em um turbilhão de estupidez. Como construtor dessa linha imaginária chamada vida, quase sempre me pego inconsciente navegando por algum canto de sonho, onde tudo poderia ter sido diferente, desde escolher uma profissão, uma faculdade ou até mesmo os amigos que me acompanharam pela jornada a fora, como também a escolha da pessoa julgada certa e que na maioria das vezes não era tão certa assim, coração é traiçoeiro e ligeiro, quando você menos espera ele te surpreende com uma paixonite febril ou até mesmo um amor inacabado saindo pela boca. Cabe a você decidir por onde trilhar e mais que isso, cabe a você se conformar ou não com o ônus e o bônus de cada escolha feita, mesmo aquela em que você não teve tanta escolha assim, isso é viver. Então, seja bem vindo a essa selva de feras e perigos latentes, bem vindo a vida real meus caros sonhadores.

domingo, 15 de abril de 2012

que me tira do tédio, quando me faz amar.


Traz contigo tudo que é meu e me carrega, me leva daqui. Me chame de João, Nando ou até Caetano, me leva, me beija, me esquenta, me leva pra voar, me ame mas não fale alto não, fale baixinho para eu escutar com carinho. Me tire do tédio, me traga um cigarro ou me dê um remédio. Me conte uma piada ou até uma mentira, por que não? Me fale dos mares, das suas engenhocas, do seu cachorro ou dos antigos amores, mas fale rapidinho que não é para ficar falando sozinho. Me ligue, me peça, me faça, me ouça, me interrompa no ápice da empolgação, me desconcentre, me provoque, me tire do chão. Pegue na minha mão, me dê um beslicão, me abrace, me estrale, ouça um palavrão. Te levo pra jantar, pra dançar, para rodopiar e se molhar, brindar o nosso verão. Atravesse o furacão, vem cá, me leva pra lá, para nunca, nunca dizer não.

linda rosa.



Ela desabrocha em mim uma flor
Que pequenininha, mudou de tamanho e ganhou cor.
Ela mora em outro lugar, tão longe, chega que se esconde
Que mesmo que passasse por dez mil montes
Há de ainda demorar a chegar.
Ela é mulher, é menina, é outra menina, é outra mulher
E nos dias de intervenção ainda pode ser outra mulher e outra menina.
Ela conversa, sorri, costura
Faz da mão na máquina e quando não tem
Mete a mão na agulha.
Ela vez em tempo faz o que eu faço
Tem vez que não faz e eu desgosto
Mas esse desgosto de nada, faz nem cósquinha no gosto que eu tenho.
Porquê vô te contar, que beleza maior prêsses olhos não tem
E quando a tristeza bate, já logo convido ela pra entrar
Que logo mais quando meu bem chegar
Sei muito que sei o que ela há de carregar
E que junto com ela a felicidade vem.

"Que dance a linda flor girando por aí
Sonhando com amor sem dor, amor de flor..."