quinta-feira, 13 de outubro de 2011


E o que me sobrou?
Me sobrou tanta coisa, tantas memórias, tantos sorrisos, blusas de frio perfumadas, um porta-retrato com uma foto congelada, sobrou seus olhos, cabelo, mãos, boca, sobrou você aqui em mim, sobrou sentimento nesse quarto. Me faltou tão pouco, era tão pouquinho o que faltava, mas tão grande em significância, era consideração, companheirismo, amizade... um pouquinho mais de cada um, poucas gotas talvez. Ah como dói, ah como me desidrata os olhos. Me pergunto onde erramos, onde soltei sua mão, vasculho a memória para achar o momento exato em que deixei seus dedos escorregarem, ah seu eu pudesse, ah seu eu pudesse segurar firme, ah se eu pudesse não me machucar com suas palavras, ah se eu pudesse não me magoar a cada gesto impensado seu. E agora o respeito se quebra em inúmeros pedaços como se fosse um espelho qualquer, de um banheiro qualquer; chega de ofensas meu amor, não precisamos delas, foi lindo. Agora vamos descansar, vamos nos poupar, posso ficar aqui até você conseguir dormir?

Cuidarei dos meus sonhos, cuide dos seus também.

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