sábado, 7 de julho de 2012
estupidez.
domingo, 15 de abril de 2012
que me tira do tédio, quando me faz amar.
Traz contigo tudo que é meu e me carrega, me leva daqui. Me chame de João, Nando ou até Caetano, me leva, me beija, me esquenta, me leva pra voar, me ame mas não fale alto não, fale baixinho para eu escutar com carinho. Me tire do tédio, me traga um cigarro ou me dê um remédio. Me conte uma piada ou até uma mentira, por que não? Me fale dos mares, das suas engenhocas, do seu cachorro ou dos antigos amores, mas fale rapidinho que não é para ficar falando sozinho. Me ligue, me peça, me faça, me ouça, me interrompa no ápice da empolgação, me desconcentre, me provoque, me tire do chão. Pegue na minha mão, me dê um beslicão, me abrace, me estrale, ouça um palavrão. Te levo pra jantar, pra dançar, para rodopiar e se molhar, brindar o nosso verão. Atravesse o furacão, vem cá, me leva pra lá, para nunca, nunca dizer não.
linda rosa.
Ela desabrocha em mim uma flor
Que pequenininha, mudou de tamanho e ganhou cor.
Ela mora em outro lugar, tão longe, chega que se esconde
Que mesmo que passasse por dez mil montes
Há de ainda demorar a chegar.
Ela é mulher, é menina, é outra menina, é outra mulher
E nos dias de intervenção ainda pode ser outra mulher e outra menina.
Ela conversa, sorri, costura
Faz da mão na máquina e quando não tem
Mete a mão na agulha.
Ela vez em tempo faz o que eu faço
Tem vez que não faz e eu desgosto
Mas esse desgosto de nada, faz nem cósquinha no gosto que eu tenho.
Porquê vô te contar, que beleza maior prêsses olhos não tem
E quando a tristeza bate, já logo convido ela pra entrar
Que logo mais quando meu bem chegar
Sei muito que sei o que ela há de carregar
E que junto com ela a felicidade vem.
"Que dance a linda flor girando por aí
Sonhando com amor sem dor, amor de flor..."
sábado, 31 de março de 2012
me abraça forte agora.
Naqueles becos antigos de tristeza anunciada eu não quis mais entrar, agora, caminho entre calçadas de avenidas largas, ipês floridos e casas bem pintadas. É aqui que a felicidade perambula entre passos lentos de esquina a esquina, é onde a banda passa, o carnaval acontece e a gente sorri feito criança. É aqui que o coração acelera e brinca de amar, reamar e remar, de se se quebrar e consertar. É aqui meu amor, nessa avenida, que a gente vai morar.
"Abre a janela agora
Deixa que o sol te veja
É só lembrar que o amor é tão maior
Que estamos sós no céu
Abre as cortinas pra mim
Que eu não me escondo de ninguém
O amor já desvendou nosso lugar
E agora está de bem"
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
varrendo a Lua.
A vida se repete neste exato momento e eu não sei julgar até onde isso pode ser melhor do que era antes, aliás, para que me enganar com questionamentos racionais se eu sempre me decido pelo lado emocional? Eu sei que estou mais feliz agora, sei que seu cheiro me faz sentir um bem danado, que seus olhos tão de perto me levam a lugares nunca habitados por quaisquer outros seres de nossa espécie e que o seu abraço enche cada pedacinho vazio do meu coração.
E entre tantos risos gostosos, olhares provocantes e lábios molhados, confesso que surge certo medo, medo do diferente e desconhecido, claro que a essência não mudou eu sei, mas é inevitável não perceber que não somos mais os mesmos do verão passado, as ondas aumentaram e os tremores de terra talvez sejam mais frequentes, já te contei que tenho medo de tsunamis? Pois é, eu tenho.
Espero que minhas previsões estejam erradas, espero que nossos lugares saibam se proteger de catástrofes naturais ou não, espero de coração que seja verdadeiro e sincero durante cada instante que está por vir, que dure uma semana, um mês ou a vida inteira, por que não?! Que seja lindo!
segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
fica.
Não sei, até hoje não sei se o príncipe era um deles. Eu não podia saber, ele não falava. E, depois, ele não veio mais. Eu dava um cavalo branco para ele, uma espada, dava um castelo e bruxas para ele matar, dava todas essas coisas e mais as que ele pedisse, fazia com a areia, com o sal, com as folhas dos coqueiros, com as cascas dos cocos, até com a minha carne eu construía um cavalo branco para aquele príncipe. Mas ele não queria, acho que ele não queria, e eu não tive tempo de dizer que quando a gente precisa que alguém fique a gente constrói qualquer coisa, até um castelo.
.Caio Fernando Abreu
domingo, 22 de janeiro de 2012
inteiro.
Viver cem dias e mil noites sem aquela velha preocupação do “vai dar certo?”, apenas apreciar a beleza do gesto, o desejo na ponta dos dedos e o convite no olhar. Cabelos bagunçados aos sete ventos, banhos de chuva para lavar as calçadas e os corações, banhos de sol para corar a pele e os lábios, risos metamorfoseados e incandescentes em todos os becos e ruazinhas do nosso paraíso perdido. Pedaços de vida que se encontraram e se perderam em meio a espirais de luzes em uma terra desconhecida, mas sorte de quem tem uma estrela para seguir e ao porto retornar, retomar o espetáculo gracioso de futuro sonhado, brindar os passos não coreografados da nossa perfeita simetria. Duas metades, inteiro somos meu amor.