segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
fica.
Não sei, até hoje não sei se o príncipe era um deles. Eu não podia saber, ele não falava. E, depois, ele não veio mais. Eu dava um cavalo branco para ele, uma espada, dava um castelo e bruxas para ele matar, dava todas essas coisas e mais as que ele pedisse, fazia com a areia, com o sal, com as folhas dos coqueiros, com as cascas dos cocos, até com a minha carne eu construía um cavalo branco para aquele príncipe. Mas ele não queria, acho que ele não queria, e eu não tive tempo de dizer que quando a gente precisa que alguém fique a gente constrói qualquer coisa, até um castelo.
.Caio Fernando Abreu
domingo, 22 de janeiro de 2012
inteiro.
Viver cem dias e mil noites sem aquela velha preocupação do “vai dar certo?”, apenas apreciar a beleza do gesto, o desejo na ponta dos dedos e o convite no olhar. Cabelos bagunçados aos sete ventos, banhos de chuva para lavar as calçadas e os corações, banhos de sol para corar a pele e os lábios, risos metamorfoseados e incandescentes em todos os becos e ruazinhas do nosso paraíso perdido. Pedaços de vida que se encontraram e se perderam em meio a espirais de luzes em uma terra desconhecida, mas sorte de quem tem uma estrela para seguir e ao porto retornar, retomar o espetáculo gracioso de futuro sonhado, brindar os passos não coreografados da nossa perfeita simetria. Duas metades, inteiro somos meu amor.
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